Informação sobre dislexia, causas, sintomas e tratamento da dislexia, identificando procedimentos para o seu diagnóstico e com dicas que pretendem contribuir para um melhor conhecimento da dislexia e que promovam a integração social dos dislexicos.


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Causas e fatores de dislexia

A Associação Internacional de Dislexia no seu portal da internet refere que as causas exactas da dislexia ainda não são completamente claras, mas os estudos anatómicos e de imagens do cérebro mostram diferenças na forma como o cérebro de uma pessoa disléxica funciona. Além disso, na maioria das pessoas com dislexia têm sido encontradas problemas em separar os sons dentro de uma palavra e / ou aprender as letras que representam os sons, um factor chave para as suas dificuldades de leitura.
No entanto, o debate à volta das causas e factores da dislexia é vasto e aponta para várias origens. Rosa Torres e Pilar Fernandez ( 2001) delimitam os factores da dislexia em factores de origem neurológica, dificuldades instrumentais, cognitivas e linguísticas e factores pedagógicos.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Tratamento da dislexia

Nunca é tarde demais para se ensinar dislexicos a ler e a processar informações com mais eficiência. Entretanto, diferente da fala, que qualquer criança acaba adquirindo, a leitura precisa ser ensinada. Utilizando métodos adequados de tratamento e com muita atenção e carinho, a dislexia pode ser derrotada. Crianças dislexicas que receberam tratamento desde cedo apresentam uma menor dificuldade ao aprender a ler. Isso evita com que a criança se atrase na escola ou passe a desgostar de estudar.
É importante enfatizar que a dislexia não é curada sem um tratamento apropriado.
Não se trata de um problema que é superado com o tempo; a dislexia não pode passar despercebida. Pais e professores devem se esforçar para identificar a possibilidade de seus filhos ou alunos sofrerem de dislexia. Crianças dislexicas que foram tratadas desde cedo superam o problema e passam a se assemelhar àquelas que nunca tiveram qualquer dificuldade de aprendizado.
Foram desenvolvidos diversos programas para curar a dislexia. Não há um só tratamento que seja adequado a todas as pessoas. Contudo, a maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura. Esses tratamentos ajudam o disléxico a reconhecer sons, sílabas, palavras e, por fim, frases. É aconselhável que a criança dislexica leia em voz alta com um adulto para que ele possa corrigi-la. É importante saber que ajudar dislexicos a melhorar sua leitura é muito trabalhoso e exige muita atenção e repetição Mas um bom tratamento certamente rende bons resultados. Alguns estudos sugerem que um tratamento adequado, administrado ainda cedo na vida escolar de uma criança, pode corrigir as falhas nas conexões cerebrais ao ponto que elas desapareçam por completo.
Toda criança necessita de apoio e paciência. Muitas crianças disléxicas sofrem de falta de autoconfiança, pois se sentem menos inteligentes que seus amigos. Porém, um bom tratamento pode curar a dislexia. Muitos dislexicos tiveram grande sucesso profissional; existe uma alta percentagem de disléxicos entre os grandes artistas, cientistas e executivos. Muitos especialistas acreditam que pessoas dislexicas, por serem forçadas a pensar de forma diferente, são mais habilidosas e criativas e têm idéias inovadoras que superam as de não-dislexicos.
A dislexia requer um tratamento que envolve um processo lento, laborioso, sujeito a recaídas e, fundamentalmente, um trabalho com a família e a escola.
Os dados de estudos longitudinais de sujeitos reabilitados (Rueda e Sanchez, 1994) mostram a necessidade de trabalho constante com as habilidades envolvidas na leitura.
Para o seu tratamento é necessária uma equipe multidisciplinar, quer sejam neurologistas, fonoaudiólogos, psicopedagogos, psicólogos têm que ter uma formação específica nesta área, complementando um sólido conhecimento teórico com uma prática refletida sobre este tema.
No tratamento do disléxico, há, ao nível da clínica médica, neste âmbito da correção das perturbações posturais e proprioceptivas, três processos que se complementam, reprogramação postural e psicomotricidade; modificação da informação visual através de lentes prismáticas de pequena potência; apoio psicopedagógico especializado.

Procedimentos básicos que devem se adotados no cotidiano escolar, em relação aos alunos disléxicos

Os procedimentos a seguir detalhados, devem ser adotados por todos aqueles que se relacionam com alunos dislexicos: 
  • Trate o aluno dislexico com naturalidade. Ele é um aluno como qualquer outro; apenas, disléxico. A última coisa para a qual o diagnóstico deveria contribuir seria para (aumentar) a sua discriminação.
  • Use linguagem direta, clara e objetiva quando falar com ele. Muitos disléxicos têm dificuldade para compreender uma linguagem (muito) simbólica, sofisticada, metafórica. Seja simples, utilize frases curtas e concisas ao passar instruções.
  • Fale olhando diretamente para ele. Isso ajuda, e muito. Enriquece e favorece a comunicação.
  • Traga-o para perto da lousa e da mesa do professor. Tê-lo próximo à lousa ou à mesa de trabalho do professor, pode favorecer o diálogo, facilitar o acompanhamento, facultar a orientação, criar e fortalecer novos vínculos...
  • Verifique sempre e discretamente se ele demonstra estar entendendo a sua exposição. Ele tem dúvidas a respeito do que está sendo objeto da sua aula? Ele  consegue entender o fundamento, a essência, do conhecimento que está sendo tratado? Ele está acompanhando o raciocínio, a explicação, os fatos? Repita sempre que preciso e apresente outros exemplos, se for necessário.
  • Certifique-se de que as instruções para determinadas tarefas foram compreendidas. O que, quando, onde, como, com o quê, com quem, em que horário, etc. Não economize tempo para constatar se ficou realmente claro para o aluno o que se espera dele.
  • Observe discretamente se ele fez as anotações da lousa e de maneira correta antes de apagá-la. O disléxico tem um ritmo diferente dos não-disléxicos, portanto, evite submetê-lo a pressões de tempo ou competição com os colegas.
  • Observe se ele está se integrando com os colegas. Geralmente, o disléxico angaria simpatias entre os companheiros. Suas qualidades e habilidades são valorizadas, o que lhes favorece no relacionamento. Entretanto, sua inaptidão para certas atividades escolares (provas em dupla, trabalhos em grupo, etc.) pode levar os colegas a rejeitá-lo nessas ocasiões. O professor deve evitar situações que evidenciem esse fato. Com a devida distância, discreta e respeitosamente, deve contribuir para a inserção do disléxico no grupo-classe.
  • Estimule-o, incentive-o, faça-o acreditar em si, a sentir-se forte, capaz e seguro. O disléxico tem sempre uma história de frustrações, sofrimentos, humilhações e sentimentos de menos valia, para a qual a escola deu significativa contribuição. Cabe, portanto, a essa mesma escola, ajudá-lo a resgatar sua dignidade, a fortalecer seu ego, a (re) construir sua auto-estima.
  • Sugira-lhe “dicas”, “atalhos”, “jeitos de fazer”, “associações”... que o ajudem a lembrar-se de, a executar atividades ou a resolver problemas.
  • Não lhe peça para fazer coisas na frente dos colegas, que o deixem na berlinda: principalmente ler em voz alta.
  • Atenção: em geral, o disléxico tende a lidar melhor com as partes do que com o todo. Abordagens e métodos globais e dedutivos são-lhe de difícil compreensão. Apresente-lhe o conhecimento em partes, de maneira indutiva.
  • Permita, sugira e estimule o uso de gravador, tabuada, máquina de calcular, recursos da informática...
  • Permita, sugira e estimule o uso de outras linguagens.

A dislexia afeta a vida escolar, social e familiar do educando

O que mais se espera de uma criança que acaba de ingressar à escola, é que aprenda a dominar a leitura e escrita, e o fracasso nestes atos não só aflige os pais como vai pondo a criança um tanto à margem dos colegas, parentes e amigos da mesma idade, tendendo a prejudicar -lhe a adaptação no contexto em que se acha inserida.
Em geral, o disléxico é visto pelos pais, professores e colegas como pouco inteligente e, muitas vezes, acaba sendo excluído do grupo por não possuir habilidades iguais aos demais da classe e por não manter um comportamento adequado na maioria dos casos, tornando-se indisciplinado. É nessa ocasião que aparecem os problemas emocionais. O disléxico frequentemente é castigado, ameaçado, pressionado porque não atende as expectativas dos pais e professores, que tendem a exigir que a criança seja como as outras, sendo taxada de irresponsável e incapaz, o que pode reduzir sua vontade de ir à escola, ter amigos e, o que é pior, acaba com os seus sonhos, aumentando as possibilidades de vir a ter problemas emocionais por toda a vida, sobretudo ao longo de sua escolaridade e empenho acadêmico futuro. 
Evidentemente, é preciso que todos os alunos, professores, coordenadores, direção e familiares estejam cientes da importância de aumentar a auto estima do aluno e o seu aspecto cognitivo. Para os alunos com dislexia, é particularmente necessário que as habilidades, e não só as dificuldades, sejam reconhecidas. Por isso, é proveitoso identificar as áreas do currículo e atividades em que o aluno possa ter um bom desempenho e reconhecer suas realizações. Os jogos, brinquedos e brincadeiras entram na sala de aula e nas atividades de casa como um recurso importante no desenvolvimento da criança com dificuldade de aprendizagem, pois é onde o aluno pode se destacar desvendando um enigma, vencendo uma competição, ajudando a equipe a vencer os obstáculos estipulados na brincadeira... O disléxico pode se destacar em diversas habilidades fazendo-se importante e se integrando ao grupo. 
Enfim, é necessário que a equipe pedagógica da escola faça uma readaptação no currículo e trabalhe com os educadores através de formação continuada para que todos tenham conhecimento dos transtornos que existem e saibam adaptá-los de modo individual no processo ensino-aprendizagem.

Dislexia, papel dos pais e do professor

Conclui-se que a dislexia tem sido um assunto muito difícil a ser tratado nas escolas, visto que professores sentem dificuldades  em trabalhar com alunos que apresentam dislexia, pois não se encontram preparados. Por sua vez, os alunos se sentem desmotivados para a aprendizagem, pois por mais que se esforcem, não apresentam melhoras e avanços na aprendizagem. 
É neste momento que a família e  escola devem se unir em prol da aprendizagem da criança dislexica. Buscando novos caminhos, tratamentos, acompanhando e encaminhando a criança para que possa ter um diagnóstico real, bem como um tratamento específico, não deixando nunca de manter um elo com os profissionais que atendem a criança.  
Este elo entre os profissionais que atendem a criança, a família e escola, é essencial para saber dos avanços que a criança vem apresentando.  
O professor deve mudar a sua postura dentro de sala, de modo a facilitar a aprendizagem da criança, tornando um mediador da aprendizagem, recorrendo às diversas atividades e técnicas de ensino, descobrindo qual a melhor e se adapta  ao seu aluno.
É papel dos pais conhecerem seu filho melhor do que ninguém, ficando atentos ao seu desenvolvimento como um todo.
A criança disléxica tem direito de aprender como toda e qualquer criança, mas é necessário  ter paciência, carinho e incentivá-la, demonstrando afeto, tanto do ponto de vista familiar quanto escolar.

Dislexia ocasional

Dislexia ocasional é a Dislexia causada por fatores externos e que aparece ocasionalmente. Pode ser causada por esgotamento do Sistema Nervoso/estresse, excesso de atividades, e, em alguns casos considerados raros por TPM e/ou hipertensão. Se este tipo de Dislexia for diagnosticado, não há a necessidade de grandes tratamentos. Apenas repouso, talvez umas boas férias, uma mudança de horários/rotina e tudo voltará ao normal.

Dislexia Adquirida

Dislexia Adquirida é a Dislexia que vem através de um acidente qualquer.
Como exemplo, temos "Anoxia Perinatal", "Anoxia" por afogamento, ( obs: Anoxia é falta de oxigenação no cérebro ), Acidente Vascular Cerebral ( o popular derrame ) e outros acidentes/distúrbios que podem causar uma Dislexia Adquirida. Neste caso, o indivíduo que antes lia e escrevia normalmente, passa a ter períodos/fases de Dislexia. Nestes períodos, ele não consegue ler/escrever ou o faz com muita dificuldade, tem falhas de memória e pode também apresentar problemas de lateralidade.
Dependendo do grau de dificuldade que o indivíduo apresente é também necessário um Tratamento Multidisciplinar, mas neste caso, é bem provável que somente o Psicopedagogo e o Neuro ou Psiquiatra sejam solicitados. Caso o acidente tenha afetado também a lateralidade, um Psicomotricista será necessário. Se a fala/audição estiver comprometida, também o Fono e, assim por diante. Neste caso, se o indivíduo já tinha uma profissão, deverá apenas adaptar-se para enfrentar os períodos em que "estiver disléxico" e seguir seu tratamento, podendo obter cura ou boa melhora, já que sua dislexia não envolve alterações hemisféricas.

Dislexia Congênita ou Inata

Dislexia Congênita ou Inata é a Dislexia que nasce com o indivíduo.
Pode ter as mais variadas causas e tem características próprias como por exemplo, uma comprovada alteração hemisférica cerebral, onde os hemisférios encontram-se com tamanhos invertidos ou em tamanhos exatamente iguais, quando o considerado normal é que o esquerdo seja maior que o direito. Em conseqüência desta alteração, o indivíduo disléxico tem pouca ou nenhuma habilidade para a aquisição de
leitura/escrita, geralmente não chega a ser alfabetizado e, quando o é, não consegue ler/escrever por muito tempo e, quando termina de ler/escrever já não se lembra de nada. Este tipo de Dislexia é incurável, deve ser tratada por uma junta de profissionais, o que chamamos de Tratamento Multidisciplinar, envolvendo sempre Psicopedagogo, Neurologista e/ou Psiquiatra, dependendo da gravidade do caso.
Em casos onde haja também distúrbios de fala/audição, um Fonoaudiólogo, caso haja dificuldades motoras e/ou de lateralidade, um Psicomotricista e, neste caso, também é aconselhável que um Psicólogo acompanhe o tratamento e desenvolva atendimento paralelo.

O talento latente da dislexia

  • Quando se fala em dislexia, em geral só pensamos em  problemas: leitura, escrita, ortografia, matemática, troca de letras ou palavras, lentidão de aprendizagem
  • O TRANSTORNO DA APRENDIZAGEM É APENAS UM  ASPECTO DA DISLEXIA
  • A genialidade de muitas pessoas famosas que são dislexas, não ocorreu apesar da dislexia, mas POR CAUSA DELA!
  • As mentes dos dislexos funcionam do mesmo modo que as  mentes dos GRANDES GÊNIOS
  • O fato de terem um problema com leitura, escrita, ortografia e  matemática não significa que sejam burros. A mesma função mental que produz um gênio pode também produzir esses problemas
  • A FUNÇÃO MENTAL QUE CAUSA A DISLEXIA É UM DOM, UMA HABILIDADE NATURAL, UM TALENTO

Habilidades dos dislexos

  • Os diselexos utilizam seus dons mentais para ALTERAR OU CRIAR PERCEPÇÕES
  • São altamente CONSCIENTES DO MEIO AMBIENTE
  • São mais CURIOSOS do que a média
  • Pensam, principalmente, em IMAGENS, em vez de palavras
  • São ALTAMENTE INTUITIVOS e capazes de muitos insights
  • Pensam e percebem de FORMA MULTIDIMENSIONAL (utilizando todos os sentidos)
  • Podem vivenciar os pensamentos como realidade
  • São capazes de criar IMAGENS MUITO VÍVIDAS
A DISLEXIA É O RESULTADO DE UM TALENTO PERCEPTIVO

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Dilema da dislexia

  • Durante a primeira infância eles encontram uma forma de acessar a função cerebral da desorientação e a incorporam aos seus processos de pensamento e recognição;
  • Assim, a desorientação torna-se parte normal do seu processo de pensamento;
  • Os dislexos não se dão conta do que ocorre durante a desorientação porque ela ocorre depressa demais;
  • Ela é útil quando é preciso resolver um problema de forma criativa mas atrapalha muito no caso do uso da linguagem;
  • Quando o dislexo precisa lidar com objetos concretos, ela é uma facilidade, mas atrapalha e causa confusão quando a linguagem verbal é o foco;
  • À medida que aprende a ler (se não usa letras concretas) as confusões se amontoam;
  • É como se ele não visse mais o que está escrito na página e sim o que ele imagina que esteja escrito. Como o símbolo não é um objeto e representa só o som de uma palavra, que designa um objeto, ação ou idéia, a desorientação não auxiliará em sua recognição;
  • Como o símbolo não é reconhecido, o dislexo cometerá um erro.
Estes erros são os sintomas primários da dislexia.

A Hereditariedade na dislexia

Há muitos anos se sabe que a leitura deficiente tende a ocorrer em famílias e, hoje em dia, há evidências conclusivas de que a dislexia é hereditária. Os geneticistas do comportamento têm mostrado que há até 50% de probabilidade de um menino se tornar disléxico se seu pai for disléxico (cerca de 40% se sua mãe for afetada); a probabilidade de uma menina desenvolver dislexia é um pouco menor. O que é herdado não é a deficiência de leitura per se, mas aspectos do processamento da linguagem. Os resultados de estudos em grande escala realizados com gêmeos sugerem que há uma hereditariedade maior de aspectos fonológicos (fônicos) do que aspectos visuais da leitura. Além disso, as habilidades fonológicas de leitura compartilham uma variação hereditária com a consciência fonológica: a capacidade de refletir sobre a estrutura sonora das palavras faladas.
Com os estudos genéticos como pano de fundo, a menor idade em que as crianças dislexicas têm sido estudadas é a de 2 anos).
Scarborough cercou o problema do diagnóstico precoce realizando um estudo longitudinal de crianças que estavam “em risco” de dislexia em virtude de terem pai ou mãe dislexicos. Ela comparou o desenvolvimento dessas crianças com aquele de crianças de famílias não-dislexicas dos 2 aos 7 anos de idade. Quando as crianças estavam com 7 anos e suas habilidades de leitura puderam ser avaliadas, foi possível observar, retrospectivamente, os dados da pré-escola e comparar as crianças que vieram a se tornar dislexicas com crianças que não desenvolveram dificuldades de leitura. Uma importante diferença entre os grupos estava na produção da fala. Embora as crianças dislexicas usassem uma variedade tão grande de vocabulário nas conversas com suas mães quanto suas contrapartes não-disléxicas, elas cometiam mais erros de fala e seu uso da sintaxe era mais limitado. Aos 5 anos, as crianças dislexicas tinham mais dificuldade com a nomeação dos objetos e com as tarefas de consciência fonológica. Suas habilidades de alfabetização emergentes também eram mais deficientes; estavam menos familiarizadas com as letras do alfabeto e tinham um desempenho pior na correspondência das imagens com a palavra impressa.
A dislexia é um déficit do processamento fonológico; deficiências no sistema de produção da fala foram reveladas em ambos os estudos, assim como problemas de consciência fonológica emergentes.
Entretanto, existe a possibilidade de dificuldades de linguagem mais diversificadas nas histórias das crianças.

Aspetos possíveis de observar em pessoas com dislexia

Aspectos possíveis de observar em pessoas com dislexia:
  • Desempenho inconstante.
  • Demora na aquisição da leitura e da escrita.
  • Lentidão nas tarefas de leitura e escrita, mas não nas orais.
  • Dificuldade com os sons das palavras e, conseqüentemente, com a soletração.
  • Escrita incorreta, com trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas.
  • Dificuldade em associar o som ao símbolo.
  • Dificuldade com a rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras).
  • Discrepância entre as realizações acadêmicas, as habilidades lingüísticas e o potencial cognitivo.
  • Dificuldade em associações, como, por exemplo, associar os rótulos aos seus produtos.
  • Dificuldade para organização seqüencial, por exemplo, as letras do alfabeto, os meses do ano, tabuada, etc.
  • Dificuldade em nomear objetos, tarefas etc.
  • Dificuldade em organizar-se com o tempo (hora), no espaço (antes e depois) e direção (direita e esquerda).
  • Dificuldade em memorizar números de telefone, mensagens, fazer anotações, ou efetuar alguma tarefa que sobrecarregue a memória imediata.
  • Dificuldade em organizar suas tarefas.
  • Desconforto ao tomar notas e/ou relutância para escrever.

Dislexia nos dias de hoje

Definida como um distúrbio ou transtorno  de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 0,5% e 17% da população mundial é dislexica.
Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-económica ou baixa inteligência.
Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Por esse múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.
Deve-se ficar alerta se a criança apresentar alguns desses sintomas:
  • Dispersão;
  • Fraco desenvolvimento da atenção;
  • Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
  • Dificuldade em aprender rimas e canções;
  • Fraco desenvolvimento da coordenação motora.

Sintomas e características específicas mais comuns da dislexia

Em relação à leitura:
  • Leitura titubeante, claudicante;
  • Troca de grafemas (letras) semelhantes: p q b d; acréscimos, inversões, omissões e repetições de grafemas;
  • Falta de ritmo, lentidão, falta de pontuação, repetição ou salto de linha, leitura mecânica ou inexpressiva;
  • Não compreende, não interpreta o que lê;
  • Não gosta de ler, foge das situações em que tem de ler, nega-se a fazê-lo.
Em relação à escrita:
  • Escrita espelhada;
  • Mistura de grafemas maiúsculos com minúsculos;
  • Repetição de grafemas, sílabas ou palavras;
  • Dificuldade em utilizar os elementos gramaticais e a estrutura sintática da frase (na percepção do tempo, gênero e número das palavras e na função sujeito + verbo + complemento);
  • Escrita repassada, rasurada;
  • Lentidão (para registrar um ditado, para copiar da lousa, para responder a uma questão, na escrita espontânea, etc.);
  • Trocas visuais (ex.: p q d b), auditivas (ex.: t/d, v/f, j/ch/x, k/g, p/b) e espaciais, tais como: omissões (ex.: escola/ecola), acréscimo (ex.:fique/fiaque), inversões (ex.: prato/parto), aglutinações (ex.: o menino é legal/omenino é legal), dissociação (ex.: o vagalu me) de grafemas e apresentação de logatomas (palavras sem significado. Por exemplo: mineque, bidama, lofima);
  • Escrita de numerais, apresentando a rotação de algarismos (ex.: 6/9);
  • Inversão de algarismos ou troca por outro de som semelhante (ex.: 24/42; 60/70).
Outros:
  • Dificuldade na aquisição e desenvolvimento das habilidades lingüísticas de uma maneira geral;
  • Dificuldade para aprender seqüências referentes ao dia, à semana, ao mês, ao ano;
  • Dificuldade com análise e síntese do som de uma palavra;
  • Dificuldade na linguagem e na fala: vocabulário pobre, disnomias (dificuldade em nomear ou reconhecer nomes de pessoas, coisas e objetos), sentenças curtas e imaturas;
  • Reconhecimento pobre de rima e aliteração (repetição de letras ou sílabas no início da palavra. Por exemplo: “casa, casado, casamento; tapa, tapado, tapete);
  • Desatenção e dispersão;
  • Dificuldade com a coordenação motora fina: disgrafia (dificuldade para escrever letras, numerais, sinais...) e desenhos;
  • Dificuldade com a coordenação motora grossa: “desengonçado” nas aulas de Educação Física, por exemplo;
  • Desorganização geral: do material escolar, nos trabalhos escolares (lição de casa, pesquisas, etc.);
  • Dificuldades visuais: postura da cabeça, desorganização no espaço da folha do caderno, confusão entre direita e esquerda (lateralidade), dificuldade para ler mapas, manusear dicionários, etc.;
  • Dificuldade com a memória imediata: instruções, dígitos, tabuadas, fonemas, etc.;
  • Dificuldade para ordenar e resolver problemas de matemática (discalculia) e desenho geométrico;
  • Dificuldade com a perspectiva no desenho;
  • Dificuldade para aprender língua estrangeira. O Inglês, por exemplo, possui fonemas e grafemas não utilizados em Português e é regido por sintaxe diferenciada;
  • Problemas de conduta na sala de aula: “exibicionismo”, timidez, recusa em fazer e participar de atividades. 

Dislexia - Prevalência, distribuição por sexos, persistência

A dislexia é provavelmente a perturbação mais frequente entre a população escolar, sendo referida uma prevalência entre 5 a 17,5 %.
A prevalência é, contudo, variável dependendo do grau de dificuldade dos diferentes idiomas.
No nosso país não existem estudos sobre a prevalência.
Em relação à distribuição por sexos tem-se verificado uma evolução ao longo dos tempos.
Inicialmente era referida uma maior prevalência no sexo masculino, nos últimos anos passou a ser referida uma distribuição igual em ambos os sexos.
Tem sido considerado que o défice cognitivo que está na origem da dislexia persiste ao longo da vida, ainda que as suas consequências e expressão variem sensivelmente. Já foram realizados estudos, com o objectivo de avaliar as modificações operadas nos sistemas neurológicos cerebrais, após a intervenção utilizando programas multissenssoriais, estruturados e cumulativos. As imagens obtidas através da fMRI mostraram que os circuitos neurológicos automáticos do hemisfério esquerdo tinham sido activados e o funcionamento cerebral tinha «normalizado».

Como identificar a dislexia

Haverá sempre:
  • dificuldades com a linguagem e escrita;
  • dificuldades em escrever;
  • dificuldades com a ortografia;
  • lentidão na aprendizagem da leitura;
Haverá muitas vezes:
  • disgrafia (letra feia);
  • discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
  • dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
  • dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
  • dificuldades para compreender textos escritos;
  • dificuldades em aprender uma segunda língua.
Haverá às vezes:
  • dificuldades com a linguagem falada;
  • dificuldade com a percepção espacial;
  • confusão entre direita e esquerda.

Causas da dislexia

A dislexia resulta de uma deficiência fonológica. Um déficit circunscrito e condensado no processo fonológico interfere na descodificação, impedindo o reconhecimento imediato das palavras. Essa deficiência básica no que é essencialmente uma função de nível mais baixo da linguagem, bloqueia o acesso a processos de linguagem de nível superior e à possibilidade de obter significado a partir do texto.
Embora os processos de linguagem envolvidos na compreensão e no significado estejam intactos em uma pessoa com dislexia, eles não podem ser ativados porque só podem ser acessados depois de uma palavra ser reconhecida.
Isso explicaria porque uma pessoa com inteligência superior, vocabulário excelente e curiosidade ilimitada, não consegue decifrar a mais simples das palavras ou ler uma passagem em voz alta. Quando esta pessoa lê um texto em silêncio, ela pode colocar suas habilidades para pensar e raciocinar, usando o contexto ao redor da palavra para descobrir seu significado quando não consegue decifrá-lo. É por isso também, que quando a pessoa dislexica escuta uma história, seu desempenho na interpretação é muito mais rico do que quando ela necessita ler, pois assim, pode usar todas as suas habilidades de raciocínio de alto nível para acompanhar a narrativa e responder às questões sobre ela. Embora o componente fonológico esteja prejudicado na dislexia, os componentes de nível superior permanecem intactos, já que as capacidades fonológicas não estão relacionadas à inteligência.
Se a dislexia é resultado de uma deficiência fonológica, outras conseqüências do funcionamento fonológico deficiente estão também presentes, como por exemplo dar nome errado a um objeto. Não é resultado de uma falta de conhecimento, mas da confusão dos sons da linguagem, assim, uma pessoa pode olhar para uma foto de um vulcão e chamá-lo de furacão, embora se questionada perceba-se que ela sabe o significado da palavra furacão.
No sistema neural para a leitura há dois caminhos: um para quem está começando a ler onde ocorre a verbalização lenta das palavras, e outro trajeto, mais rápido, para os que já lêem bem. Os disléxicos apresentam uma falha neste circuito, usando caminhos cerebrais diferentes.

Dislexia e Déficit cognitivo

A visão mais generalizada é de que a dislexia decorre de uma desordem de decodificação grafema-fonema resultante de um déficit fonológico subjacente que deve ser estritamente separado do comportamento observado: fraca consciência fonológica e lentidão e imprecisão no reconhecimento de palavras.  Morton e Frith explicam que os déficits cognitivos devem ser separados do comportamento porque podem somente ser distantemente inferidos, por não estar claro em que, exatamente, consistem.

Dislexia

A dislexia, segundo Jean Dubois et alii, é um defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos, e fonemas, muitas vezes, mal identificados.
A dislexia, segundo o lingüista, interessa de  modo preponderante tanto à discriminação fonética quanto ao reconhecimento dos signos gráficos ou à transformação dos signos escritos em signos verbais.
A dislexia, para a Lingüística, assim, não é uma doença, mas um fracasso inesperado (defeito) na aprendizagem da leitura, sendo, pois, uma síndrome de origem lingüística.
As causas ou a etiologia da síndrome disléxica são de diversas ordens.
Os padrões de movimentos oculares são fundamentais para a leitura eficiente. São as fixações nos movimentos oculares que garante que o leitor possa extrair informações visuais do texto.
Algumas palavras podem ser fixadas por um tempo maior do que outras. Esse mecanismo faz toda a diferença, pois algo que fuja a isso, poderá causar um tipo de confusão espacial e articulatória que acaba fazendo com que o leitor cometa erros relativos à leitura e à escrita.
Tais erros podem se apresentar por diferentes formas e de acordo com o grau da dislexia:
  • A acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao escrever.
  • Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia: a-o; c-o; ec; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u etc.
  • Confusão entre letras, sílabas ou palavras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u;w-n, a-e.
  • Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e, cujos sons são acusticamente próximos: d-t; j-x; c-g; m-b-p; v-f .
  • Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me-em; sol-los; som-mos; sal-las, pal-pla.
Segundo Mabel Condemarín, outras perturbações de aprendizagem podem acompanhar os disléxicos::
  • Alterações na memória;
  • Alterações na memória de séries e seqüências;
  • Orientação direita-esquerda;
  • Linguagem escrita;
  • Dificuldades em matemática;
  • Confusão com relação às tarefas escolares;
  • Pobreza de vocabulário;
  • Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo).
Porém, o importante é saber que o disléxico  é portador de uma dificuldade, mas não de uma deficiência.
Há que se adequar métodos e materiais que se ajustem e atendam o processo de desenvolvimento conceptual do leitor.
O acompanhamento, a observação  e a modificação de posturas frente ao aprendizado irá direcionar às particularidades de cada indivíduo: levando em conta seu tempo e construção de saberes.

Índice de todos os artigos do Blog relativos a Dislexia

Para se tornar mais fácil localizar os artigos deste blog relativos a tudo o que diz respeito a DISLEXIA, aqui fica um índice com todos os artigos:
  1. Dislexia
  2. Dislexia e Déficit cognitivo
  3. Causas da dislexia
  4. Como identificar a dislexia
  5. Dislexia - Prevalência, distribuição por sexos, persistência
  6. Sintomas e características específicas mais comuns da dislexia
  7. Dislexia nos dias de hoje
  8. Aspectos possíveis de observar em pessoas com dislexia
  9. A Hereditariedade na dislexia
  10. O Dilema da dislexia
  11. Habilidades dos dislexos 
  12. O talento latente da dislexia
  13. Dislexia Congênita ou Inata
  14. Dislexia Adquirida
  15. Dislexia ocasional
  16. Dislexia, papel dos pais e do professor
  17. A dislexia afeta a vida escolar, social e failiar do educando
  18. Procedimentos básicos que devem ser adotados no cotidiano escolar, em relação aos alunos disléxicos
  19. Tratamento da dislexia

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