A dislexia, segundo Jean Dubois et alii, é um defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos, e fonemas, muitas vezes, mal identificados.
A dislexia, segundo o lingüista, interessa de modo preponderante tanto à discriminação fonética quanto ao reconhecimento dos signos gráficos ou à transformação dos signos escritos em signos verbais.
A dislexia, para a Lingüística, assim, não é uma doença, mas um fracasso inesperado (defeito) na aprendizagem da leitura, sendo, pois, uma síndrome de origem lingüística.
As causas ou a etiologia da síndrome disléxica são de diversas ordens.
Os padrões de movimentos oculares são fundamentais para a leitura eficiente. São as fixações nos movimentos oculares que garante que o leitor possa extrair informações visuais do texto.
Algumas palavras podem ser fixadas por um tempo maior do que outras. Esse mecanismo faz toda a diferença, pois algo que fuja a isso, poderá causar um tipo de confusão espacial e articulatória que acaba fazendo com que o leitor cometa erros relativos à leitura e à escrita.
Tais erros podem se apresentar por diferentes formas e de acordo com o grau da dislexia:
- A acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao escrever.
- Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia: a-o; c-o; ec; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u etc.
- Confusão entre letras, sílabas ou palavras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u;w-n, a-e.
- Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e, cujos sons são acusticamente próximos: d-t; j-x; c-g; m-b-p; v-f .
- Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me-em; sol-los; som-mos; sal-las, pal-pla.
Segundo Mabel Condemarín, outras perturbações de aprendizagem podem acompanhar os disléxicos::
- Alterações na memória;
- Alterações na memória de séries e seqüências;
- Orientação direita-esquerda;
- Linguagem escrita;
- Dificuldades em matemática;
- Confusão com relação às tarefas escolares;
- Pobreza de vocabulário;
- Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo).
Porém, o importante é saber que o disléxico é portador de uma dificuldade, mas não de uma deficiência.
Há que se adequar métodos e materiais que se ajustem e atendam o processo de desenvolvimento conceptual do leitor.
O acompanhamento, a observação e a modificação de posturas frente ao aprendizado irá direcionar às particularidades de cada indivíduo: levando em conta seu tempo e construção de saberes.